domingo, 18 de janeiro de 2009

História do Mosteiro de São Vicente de Fora traçada em livro inédito

A história do Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa, é traçada num livro inédito escrito por José Felicidade Alves, que a Livros Horizonte lança no mercado esta semana
livro encontrava-se no espólio de inéditos do investigador, falecido em 1998, e é agora trazido a público com o apoio científico de Abílio Tavares Cardoso e João Salvado Ribeiro, pela editora que publicou outras obra suas, designadamente Mosteiro dos Jerónimos.
Na opinião de Felicidade Alves, historiador e olissipógrafo, o monumento «é um tesouro imenso» apesar de «muitos dos seus tesouros terem desaparecido».
Ex-pároco de Belém, Felicidade Alves propõe, neste livro de 100 páginas com fotografias, «visitar a alma e o corpo» do mosteiro lisboeta que guarda as relíquias de S. Vicente Mártir, trazidas do cabo que tem o seu nome por ordem de D. Afonso Henriques.
O Mosteiro foi alvo de uma profunda remodelação no século XVII por decisão de Filipe II de Espanha (I de Portugal) que «não deixou nada à vista do que os anteriores 450 anos tinham amontoado», segundo Felicidade Alves.
O livro divide-se em três partes - cronologia, descrição da igreja e mosteiro, e inscrições tumulares no mosteiro - e inclui a transcrição de documentos como a carta de Filipe II de 26 de Janeiro de 1582 e a bibliografia crítica sobre o monumento, onde actualmente funciona o Patriarcado lisboeta.
O espólio de Felicidade Alves foi entregue pela sua viúva, Elisete Alves, em Julho de 2005 à fundação Mário Soares.
O actual livro, segundo a Livros Horizonte, «figura na lista dos trabalhos que José Felicidade Alves deixou concluídos por publicar».
Felicidade Alves foi afastado da sua paróquia em 1968 pelo Cardeal Cerejeira, que lhe atribuiu uma suspensão a divinis por posições assumidas contra o regime de então e a guerra colonial.
Católicos e Política (1969), Pessoas Livres (1970) e Jesus de Nazaré (1994) são alguns dos títulos de natureza teológica que produziu, a par de livros sobre arte e história de Lisboa.
Lusa/SOL

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