sábado, 26 de novembro de 2011

cultura


Traverser un long tunel , suivre les rails cheminant vers la lumiere ,qui est l'instruction et la culture qui nous ouvre les horizons et nous font decouvrir le monde ...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Múmia intacta depois de 600 anos preservada em água


Com sobrancelhas, cabelo e pele ainda intactos depois de mais de 600 anos, uma múmia chinesa permanecia impecavelmente conservada dentro do seu caixão inundado até o seu descanso ser interrompido pelo progresso.
De acordo com a National Geographic, a tumba foi encontrada quando operários que construíam uma estrada, perto da cidade chinesa de Taizhou, descobriram acidentalmente o 'túmulo molhado'.

O cadáver de metro e meio foi enterrado rodeado de peças de luxo: um anel de jade, um gancho de prata e mais de 20 peças de roupa da dinastia Ming (1368 - 1644), tudo perfeitamente preservado graças à água que vazou para dentro do caixão.

Victor Mair, arqueólogo da Universidade da Pensilvânia, explica que esta múmia se conservou tão bem porque «na água que verteu para dentro do caixão existia pouco oxigénio e, por isso, menos das bactérias que normalmente são as responsáveis pela decomposição do corpo».

Ao contrário dos egípcios - mestres da arte da mumificação - «não há indícios de que os chineses tenham alguma vez mumificado os seus mortos». O arqueólogo explica que o que provavelmente terá acontecido é que «o cadáver encontrou o ambiente certo para se preservar».

Casa e Biblioteca de Saramago em Lanzarote abrem hoje ao público


A casa e a biblioteca onde o escritor José Saramago passou parte da sua vida, em Lanzarote, Espanha, foram transformadas numa «casa-museu» que abrirá hoje as portas ao público.

A inauguração ocorre na data em que se cumprem nove meses desde a morte do Nobel da Literatura, «o tempo que se demora a morrer», como Saramago deixou escrito no romance O Ano da Morte de Ricardo Reis.
E é por isso que a data é escolhida para a abertura ao público da casa e da biblioteca do escritor português em Lanzarote, nas ilhas Canárias, onde decidiu viver a partir dos anos 1990.
Na casa José Saramago viveu e escreveu os romances das duas últimas décadas, foi lá que instalou a biblioteca pessoal e viveu com Pilar del Río.

Foi criado um percurso pela casa e biblioteca do escritor, sendo possível passar, por exemplo, pela cozinha, escritório e quarto do autor.
Na cerimónia de abertura da casa e da biblioteca, que a Fundação descreve como uma despedida de José Saramago, estarão presentes vários convidados, entre os vários editores que publicaram a obra do escritor, como o editor português Zeferino Coelho.
Na ocasião, Pilar del Río, presidente da fundação, explicará a razão da abertura ao público da casa de Saramago, e a directora da Casa Pessoa, a escritora Inês Pedrosa, lerá um fragmento de O Ano da Morte de Ricardo Reis.
José Saramago morreu a 18 de Junho de 2010, aos 87 anos

"A Casa" de José Saramago - Acto de Abertura a 18 de Março

domingo, 6 de março de 2011

Bruxas, Bruxinhas

Olhos de sapo, patas de rã,
que tenhas Sorte todas as manhãs!
Asas de morcego , baba de lombriga ,
que sempre estejas de bem com a vida!
Patas de hipopótamo , couro de dragão,
que nada nunca machuque seu coração!

Dentes de cobra , ossos de urubu
Saibas que gosto muito de TÚ!

Unhas de gato , penas de galinha ,
que sempre estejas de bem com sua vizinha!

Prometa:
Vassourinha, vassourinha,
que cada ano eu esteja mais bonitinha.
Sapo, sapinho,
que nunca acabe meu perfume e meu batonzinho.
Calderão calderinho,
que haja abundância de dinheirinho...

Festival da Canção 2010 - Homens da Luta - Luta Assim Não Dá

sábado, 5 de março de 2011

Enrique Vila-Matas e a paródia do funeral da literatura


"Dublinesca", o último romance do escritor catalão, reflecte sobre o "fim da literatura" e dos "verdadeiros escritores". Mas não faz disso uma tragédia, antes parodia o fim da era da imprensa apresentando-a como um momento que antecederá uma nova epifania literária

Enrique Vila-Matas (Barcelona, 1948) é - a par de Javier Marias - o mais importante renovador das letras hispânicas dos últimos anos. Em "Dublinesca", acabado de publicar por cá, apresenta a literatura como uma "arte em perigo" devido à disseminação do que ele chama "leitores passivos", em detrimento dos "leitores interessados". Depois de ter publicado, durante mais de duas décadas na Anagrama - onde tinha uma relação estreita com o editor Jorge Herralde - sem dar muitas explicações mudou-se para outra editora, a Seix Barral. O novo romance tem como personagem principal um editor (mas Vila-Matas garantiu que não é um ajuste de contas com Herralde). Falou com o IPSÍLON desde Barcelona, e disse que "a situação actual da literatura não poderia ser mais lamentável". Mas ele não é um pessimista, e acredita numa nova epifania (depois de a anterior ter acontecido em Dublin, com James Joyce e o seu "Ulisses").

O  facto de a personagem principal de "Dublinesca" ser um editor, e não um escritor como em alguns dos seus livros anteriores, alterou a sua maneira de olhar para o que estava a escrever?

Sim, porque um editor pensa de maneira muito diferente da de um escritor. O pouco que um editor pode chegar a parecer-se com um escritor, pelo menos com um escritor como eu, é o seu olhar sobre os escritores. Normalmente, eles vêem-se uns aos outros como indivíduos insuportáveis.

Também acha que os escritores são insuportáveis?

O pior defeito que têm é a vaidade. Há no meio dos escritores uma grande quantidade de gente de valor muito discutível, mas acham-se absurdamente importantes. Suspeito que há gente de maior nível intelectual noutros meios, como o científico. O convencimento, a vaidade, por outro lado, deveriam ser banidos da literatura porque são sempre sentimentos estúpidos. Devemos recordar que onde há humildade há saber. Kafka, por exemplo, era humilde. Se o imaginarmos um indivíduo soberbo, não nos parece logo um imbecil?

Mas tem muitos amigos escritores. E eles servem-lhe de matéria-prima para os livros. Não tem receio das reacções que eles possam ter ao verem-se expostos? Por exemplo, o Paul Auster, que é seu amigo e aparece neste romance.

O Auster viveu em Paris nos mesmos tempos em que eu estive por lá, no princípio dos anos 70. É muito provável que nos tivéssemos cruzado mais do que uma vez em alguma festa, ou simplesmente na rua, ou num café. Nesse tempo, vivíamos os dois em águas-furtadas [a de Vila-Matas era-lhe então alugada por Marguerite Duras], parecidas e quase vizinhas. O Auster decidiu que esse passado em comum nos unia. Creio que decidiu isso porque tinha vontade de encontrar um motivo razoável para começar a ser meu amigo. Está contentíssimo por ser uma personagem do "Dublinesca". E eu admiro o seu talento.

O "apocalipse", o fim do mundo da imprensa, é tratado no romance de uma maneira mais paródica do que trágica. Essa ausência de tragicidade traz a esperança de que o "apocalipse" não será afinal tão "apocalíptico"?

Fundamentalmente, "Dublinesca" é uma paródia do fim do mundo. É imprescindível ter isto em conta. No meu romance, enterro a literatura e parodio essa ideia que está presente na Humanidade desde sempre, já está na Bíblia, de que vivemos o fim do mundo. O curioso é que no final do meu romance a pobre literatura acaba por estar mais viva do que nunca, como se o seu funeral em Dublin - ou o meu romance - a tivessem trazido de novo à vida, a tivessem ressuscitado.

A figura do editor culto, que gosta e sabe de literatura, está mesmo a desaparecer? Vai ser substituído por um economista?

Sinceramente, não sei o que vai acontecer, mas penso que daqui em diante irá tudo de mal a pior. Mas tome esta frase também de maneira paródica. Não gostaria que tudo estivesse melhor daqui a cem anos e depois dissessem que eu era um pobre pessimista.

Acha que alguém o lerá daqui a cem anos?

Nessa altura terei 162 anos e estarei interessado noutras coisas, como ir buscar os netos dos meus netos ao colégio, por exemplo.

Há o risco de a literatura desaparecer da maioria das editoras devido à febre generalizada do "best seller"?

A situação da alta literatura - aquilo que antes simplesmente chamávamos literatura - não pode ser mais lamentável. No outro dia, a um amigo meu, Eduardo Lago, que é um escritor espanhol muito bom, alguém o entrevistou e lhe perguntou se ele não achava que o romance que escrevera era "muito literário". Como ele vive em Nova Iorque, não sabia que em Espanha o normal agora é publicar "romances não literários".
A personagem Riba é um arquétipo do editor angustiado face a essa crise de valores ...
O que lhe interessa é a arte, só isso. Entre "Diário Volúvel" [o anterior livro de Vila-Matas] e "Dublinesca" há muitos pontos em comum. O leitor segue a vida de "um herói" - um escritor [no primeiro], um editor [no último] - no seu dia a dia, demoradamente, com tempo, tirando do nada ou do anódino tudo o que lá se possa encontrar: no fundo, elevando à categoria de arte o cinzento do quotidiano.

Quis fazer de "Dublinesca", à semelhança de "Ulisses", uma espécie de epopeia do quotidiano?

"Dublinesca" não é um romance sobre Joyce e muito menos sobre Dublin, mas antes, um romance que capta a essência de Joyce e do "Ulisses", como capta a essência da narrativa irlandesa sem necessidade de mencionar Jonathan Swift, Oscar Wilde, Bernard Shaw e tantos outros. Do "Ulisses" aproveita quase só o sexto capítulo, como sabe, o do funeral e enterro de Paddy Dignam. E se em Joyce há um percurso pela cidade onde se vive o quotidiano da rua para depois nos dirigirmos à cidade dos mortos e da morte, no meu livro o percurso leva-nos à possível morte da literatura. Mais do que cenas concretas do "Ulisses", o que temos é a captação do seu espírito.

Há muitas "coincidências" no romance... e fantasmas. São coisas que fazem parte de um esquema inicial?
Não, nada programadas. Cheguei a ter medo quando estava a escrever o livro.

Ribas diz que há uma crise dos "leitores interessados", e que isso é o resultado dessa "lenda de leitor passivo" criada pelo "bezerro de ouro dos 'best sellers' góticos" ...

Não sei. Há sobretudo uma crise do juízo literário. Já o dizia Julien Gracq há cinquenta anos: "Não sabemos se a literatura está em crise, mas a crise do juízo literário salta à vista."

Supondo, como faz crer no romance, que Beckett foi uma espécie de "afonia" da literatura - depois de Joyce ter sido a sua epifania - como olha para a geração literária pós-Beckett, que é a sua?

"Dublinesca" propõe uma regeneração do romance, e isso vê-se no final, o regresso daquele autor que, segundo Barthes, estava morto.

Há um sonho tido pela personagem que parece ser a chave do livro. E como que anuncia uma epifania. Mas quando ela acontece acaba por não ser tão intensa como se espera. Concorda?

Espera-se que a epifania tenha lugar em Cork, mas no romance não se conta o que acontece em Cork porque, e quando o livro termina, Riba ainda não foi lá... Mas há uma cena de amor à saída de um "pub" de Dublin que para mim é mais forte do que uma epifanía.

Percebe-se que há muitos elementos autobiográficos. Foi uma tentativa de se perceber melhor a si próprio?

Tudo em "Dublinesca" é ficção. Que outra coisa poderia ser? Mas como toda a boa ficção aproxima-se da verdade, inclusivamente da minha verdade.

O tempo que passou no hospital por causa de uma grave doença, fê-lo ter uma outra visão sobre a sua vida e a sua obra?

Sim. Sem lugar para dúvidas. Ao sair do hospital, faz cinco anos, senti que herdava a obra de outro, a obra de Vila-Matas, que me tinham encomendado gerir a sua obra. Faço o que posso com essa herança tão interessante.

Parece ter grande apreço por muitos escritores irlandeses...

Sim. Claire Keegan, Elizabeth Bowen, Joseph O'Neill, Matthew Swenney, Colum McCann... Suponho que alguns não serão já uns tipos completamente desconhecidos em Portugal. Há um escritor extraordinário, Colm Tóibín. Não sei se já traduziram o seu último livro,"Brooklyn"...
Sim, sim...
É muito bom. Uma maravilha.

O Vila-Matas também quer dar o "salto inglês"? Esse corte com Paris e com a cultura francesa que uma das suas personagens advoga para que a literatura se refresque...

Não é para levar à letra. Mas precisava de uma mudança de ares, deixar um tempo a cultura catalã, espanhola, mexicana e francesa, e aventurar-me por novos espaços.

O cinema está também muito presente em Dublinesca. Samuel Riba entrou na literatura por causa da Deneuve. E o Vila-Matas?

Eu entrei por um equívoco. Para não me aborrecer no norte de África quando tive que ser soldado colonialista espanhol, escrevi um romancezito. Ao regressar a Barcelona, alguém se empenhou em publicar-mo. Eu não queria ser escritor, tinha pensado ser tenista; de facto, já me tinha destacado no ténis juvenil, mas não tive valor suficiente para continuar.

23.02.2011 - José Riço Direitinho - Ipsilon

terça-feira, 1 de março de 2011

A Grande Evasão

'Quem pode, foge. Muitos sujeitam-se a perder 40% do vencimento. Fogem para a liberdade. Deixam para trás a loucura e o inferno em que se transformaram as escolas. Em algumas escolas, os conselhos executivos ficaram reduzidos a uma pessoa. Há escolas em que se reformaram antecipadamente o PCE e o vice-presidente. Outras em que já não há docentes para leccionar nos CEFs. Nos grupos de recrutamento de Educação Tecnológica, a debandada tem sido geral, havendo já enormes dificuldades em conseguir substitutos nas cíclicas. O mesmo acontece com o grupo de recrutamento de Contabilidade e Economia. Há centenas de professores de Contabilidade e de Economia que optaram por reformas antecipadas, com penalizações de 40% porque preferem ir trabalhar como profissionais liberais ou em empresas de consultadoria. Só não sai quem não pode. Ou porque não consegue suportar os cortes no vencimento ou porque não tem a idade mínima exigida. Conheço pessoalmente dois professores do ensino secundário, com doutoramento, que optaram pela reforma antecipada com penalizações de 30% e 35%. Um deles, com 53 anos de idade e 33 anos de serviço, no 10º escalão, saiu com uma reforma de 1500 euros. O outro, com 58 anos de idade e 35 anos de serviço saiu com 1900 euros. E por que razão saíram? Não aguentam mais a humilhação de serem avaliados por colegas mais novos e com menos habilitações académicas. Não aguentam a quantidade de papelada, reuniões e burocracia. Não conseguem dispor de tempo para ensinar. Fogem porque não aceitam o novo paradigma de escola e professor e não aceitam ser prestadores de cuidados sociais e funcionários administrativos.

'Se não ficasse na história da educação em Portugal como autora do lamentável 'pastiche' de Woody Allen 'Para acabar de vez com o ensino', a actual ministra teria lugar garantido aí e no Guinness por ter causado a maior debandada de que há memória de professores das escolas portuguesas. Segundo o JN de ontem, centenas de professores estão a pedir todos os meses a passagem à reforma, mesmo com enormes penalizações salariais, e esse número tem vindo a mais que duplicar de ano para ano.

Os professores falam de 'desmotivação', de 'frustração', de 'saturação', de 'desconsideração cada vez maior relativamente à profissão', de 'se sentirem a mais' em escolas de cujo léxico desapareceram, como do próprio Estatuto da Carreira Docente, palavras como ensinar e aprender. Algo, convenhamos, um pouco diferente da 'escola de sucesso', do 'passa agora de ano e paga depois', dos milagres estatísticos e dos passarinhos a chilrear sobre que discorrem a ministra e os secretários de Estado sr. Feliz e sr. Contente. Que futuro é possível esperar de uma escola (e de um país) onde os professores se sentem a mais?'

Manuel António Pina

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quando um aluno entra na escola às 7:30h e sai às 19:30h, tem pai/mãe em média 3h por dia. Que geração estamos a criar?

PUBLICO.PT

Contra a escola-armazém - Daniel Sampaio

Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.

Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus Von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem.

O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?

Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar; perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional.

A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.

Aos professores, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais.

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

pote de flores


pote de flores

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Convento de Mafra


Convento de Mafra ao entardecer

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Anselm Kiefer

Beethoven - Für Elise (fur Elise, piano solo)

Debussy, Clair de lune (piano music)

Beethoven, Symphony 7, Allegretto, mvt 2

Beethoven, Symphony 7, Allegretto, mvt 2

Chopin, Nocturne, opus 27 #2, piano solo

Bach, Toccata and Fugue in D minor, organ