domingo, 23 de novembro de 2008

Objectos da Rainha D. Amélia expostos pela primeira vez



Bisneta do rei Luís Filipe de Orléans, D. Amélia casou-se com D. Carlos em 1886


Objectos que pertenceram à Rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos, vão ser expostos pela primeira vez ao público, em Lisboa, a partir de quinta-feira, na Casa-Museu José Anastácio Gonçalves.

Lusa


"Cerca de 90% dos objectos são expostos pela primeira vez, apenas dois vestidos já estiveram numa exposição em Versalhes, localidade onde a Rainha era muito querida pelo seu apoio à população e obras de caridade", disse à Lusa o director da Casa-Museu, José Alberto Ribeiro.

Além de vestidos, na exposição, que estará patente até Abril, poderão ver-se jóias, papéis diversos como anotações das suas visitas, esculturas, pinturas, objectos de culto, cardápios e dois diários.

"Os diários referem-se ao tempo em que D. Amélia foi voluntária da Cruz Vermelha, durante a I Grande Guerra (1914-1918)", indicou José Alberto Ribeiro.

Uma outra curiosidade é o último menu da Família Real em Portugal, relativo ao almoço de 5 de Outubro de 1910, além de muitas outras ementas pintadas por Enrique Casanova.

Esta exposição, explicou o director da Casa-Museu, "insere-se no conceito de uma colecção na casa de um coleccionador, na medida em que os objectos expostos são parte da colecção de Rémi Fénérol sobre objectos da realeza".

O médico José Anastácio Gonçalves, falecido em 1965 em Leninegrado (actual São Petersburgo), foi um coleccionador de arte portuguesa, tendo sido amigo, entre outros, de José Malhoa.

Referindo-se a Fénérol, José Alberto Gonçalves esclareceu que o coleccionador seguiu os passos dos herdeiros dos antigos empregados da Rainha a quem esta, ao longo da vida, ofereceu jóias e objectos pessoais, e que "só se desfizeram desses bens na década de 1980".

Última francesa coroada

Para os franceses, D Amélia "tem um destaque especial, na medida em que foi a última francesa coroada Rainha", assinalou.

Bisneta do rei Luís Filipe de Orléans, D. Amélia casou-se com D. Carlos na Igreja de S. Domingos, em Lisboa, em 1886.

A exposição mostra, não só objectos que saíram de Portugal há cerca de um século, como outros que a Rainha foi adquirindo durante as suas estadas em Inglaterra e em França, onde faleceu, em Chesnay, em 1951.

Fazem parte da mostra, entre outros, quadros pintados por D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe e aguarelas pintadas pela própria Rainha, bem como objectos de culto como crucifixos e jóias pessoais que a república restituiu em 1911 a D. Manuel II e a D. Amélia.

José Alberto Ribeiro, a este propósito, citou uma frase de D. Amélia, que, referindo-se á jóias devolvidas, escreveu: "Nem um alfinete faltou".

Esta exposição visa atrair mais público à Casa-Museu, que este ano recebeu já 10.000 visitantes.

O historiador Pedro Tavares, em declarações à Lusa, louvou a iniciativa, afirmando que "é através destes eventos que se dinamiza um espaço museológico como a Casa-Museu Anastácio Gonçalves, que tem óptimas características".

Localizada na zona de Picoas, a Casa-Museu reúne essencialmente objectos de uso quotidiano de finais do século XIX e da primeira metade do seguinte e uma colecção de arte portuguesa.

"O facto de Anastácio Gonçalves ser um convicto republicano não choca de forma alguma com a a sua casa receber agora objectos da Rainha", observou o historiador.

PR condecora Armando Jorge


O coreógrafo Armando Jorge vai ser condecorado sábado, no Teatro São Carlos, pelo Presidente da República, com o Grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada, revelou hoje fonte da Companhia Nacional de Bailado (CNB)

Lusa


De acordo com a mesma fonte da CNB, a condecoração deverá ser entregue no final do espectáculo de estreia do bailado clássico "O Quebra Nozes", que regressa ao Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) após 24 anos da estreia, com a mesma versão de Armando Jorge.

No âmbito da temporada da CNB 2008/09, o clássico regressa a este teatro com a actuação inédita ao vivo da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do coro do TNSC, parceiro na remontagem do espectáculo.

"Sinto-me muito honrado com esta condecoração", disse o coreógrafo à Agência Lusa a propósito da entrega pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, prevista para sábado à noite, na estreia, no São Carlos.

Para Armando Jorge - que iniciou os seus estudos de ballet no Círculo de Iniciação Coreográfica de Margarida de Abreu, em 1958 - a distinção "é importante como reconhecimento de um trabalho realizado como bailarino, coreógrafo e director artístico da CNB entre 1978 e 1993.

"Dediquei-me à companhia sempre na tentativa de fazer um bom serviço público. Fui afastado involuntariamente", lamentou, recordando a altura em que se insurgiu contra a separação da CNB do TNSC no início dos anos noventa.

O coreógrafo disse ainda que vai dedicar a condecoração aos artistas com quem trabalhou toda a vida: "Eles foram a minha família e a dança foi a minha paixão. A dança, como qualquer arte, só se faz por paixão", salientou.

Aluno de William Dollar no American Ballet Theatre, e de Daniel Seilier na pera de Paris, foi figura principal no Ballet Gulbenkian até 1975.

Foi o primeiro português a interpretar os grandes clássicos como "Giselle" no papel de Albrecht, "O Lago dos Cisnes" no papel de Siegfried, "Raymonda" no papel de Jean de Brien, e "O Quebra Nozes" no papel de Príncipe, e depois o repertório neo-clássico e moderno de coreógrafos de renome como Balanchine, Norman Waker e John Butler.

Além de director-fundador da CNB, organizou o Centro de Formação de Bailarinos desta companhia, na qual foram formados alguns dos mais destacados bailarinos portugueses.

"O Quebra Nozes" com coreografia de Armando Jorge, segundo o argumento de Marius Petipa, tem música de Tchaikovsky, cenografia e figurinos de Artur Casaes e desenho de luz de Pedro Martins.

Talvez o mais dançado de todos os grandes bailados clássico, foi originalmente apresentado no Teatro Mariinski de São Petersburgo, em 1892, e estreado em Portugal pela CNB em 1984, no TNSC.

"O Quebra Nozes" terá ainda apresentações nos dias 28 de Novembro, 05, 06 e 11 de Dezembro, pelas 21:00, e nos dias 23 e 29 de Novembro, e 07 e 13 de Dezembro às 16h00. Está previsto um espectáculo especial para as famílias a 30 de Novembro, pelas 16h00.

Biblioteca multimédia online


Europeana tem mais de dois milhões de obras

A biblioteca multimédia online da Europa, "Europeana", está acessível desde hoje ao público, que através da Internet poderá aceder a mais de dois milhões de obras dos 27 Estados-membros da União Europeia.

Lusa

Esta biblioteca virtual conta com livros, mapas, gravações, fotografias, documentos de arquivo, pinturas e filmes do acervo das bibliotecas nacionais e instituições culturais dos 27 Estados-Membros da UE, tendo por exemplo, de Portugal, a Carta plana de parte da Costa do Brasil - um mapa de 1784.

Acessível, em todas as línguas da UE, através do endereço www.europeana.eu; a biblioteca multimédia europeia conta com material fornecido por mais de mil organizações culturais de toda a Europa, incluindo Museus, como o Louvre de Paris, que forneceram digitalizações de quadros e objectos das suas colecções.

Segundo a Comissão Europeia, que lançou esta iniciativa em 2005, este é "apenas o começo", pois a ideia é expandir a biblioteta, envolvendo também o sector privado.

O objectivo é que, em 2010, a Europeana dê acesso a pelo menos 10 milhões de obras "representativas da riqueza da diversidade cultural da Europa e terá zonas interactivas, nomeadamente para comunidades com interesses especiais".

"Com a Europeana, conciliamos a vantagem competitiva da Europa em matéria de tecnologias da comunicação e de redes com a riqueza do nosso património cultural. Os europeus poderão agora aceder com rapidez e facilidade, num único espaço, aos formidáveis recursos das nossas grandes colecções", comentou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Por seu turno, a comissária europeia para a Sociedade da Informação e os Meios de Comunicação, Viviane Reding, apelou "às instituições culturais, editoras e empresas de tecnologia europeias para que alimentem a Europeana com mais conteúdos em formato digital".

Segundo dados da Comissão, desde a "abertura" da biblioteca, hoje de manhã, houve 10 milhões de visitas por hora, tendo esta "tempestade de interesse" forçado mesmo a "deitar o sistema abaixo" por algum tempo para duplicar a capacidade do "site".

Livro "12 erros que mudaram Portugal" chega às livrarias



O livro "12 erros que mudaram Portugal" é da autoria de João Vasco de Almeida e chega hoje às livrarias.



Esta obra desfaz os grandes equívocos da história nacional. Em declarações ao Rádio Clube, o autor conta que a ideia surgiu à mesa.


Entre outras revelações, a obra afirma que, afinal, D. Afonso Henriques não bateu na mãe, mas no amante dela.

Cinema: "Wild Field", do russo Mikhail Kalatozishvili, vence Festival do Filme do Estoril

Lisboa, 22 Nov (Lusa) - O filme "Wild Field", do cineasta russo Mikhail Kalatozishvili, é o vencedor do prémio de Melhor Filme do Festival do filme do Festival 08, anunciou o presidente do júri, o escritor norte-americano Paul Auster.

No valor de 20 mil euros, o prémio foi atribuído a "Wild Field" "por unanimidade", sublinhou Auster, de um júri composto pelo escritor sul-africano J.M. Coetzee (Nobel da Literatura 2003), a escultora espanhola Cristina Iglesias e o artista plástico português Julião Sarmento.

"Um olhar duro e mágico sobre a estepe russa" que "tocou o olhar do júri por uma beleza tão íntima como expansiva" e que este classificou como "a grande descoberta do festival", em comunicado.

O segundo prémio do certame, o Prémio Especial do Júri, patrocinado pela Câmara Municipal de Cascais, foi atribuído ex-aequo aos filmes "Involuntary", do cineasta sueco Ruben Ostlund - a que o júri chamou "o novo 'enfant terrible' do cinema sueco" - e "Hooked", do romeno Adrian Sitaru - "um caso de charme ao primeiro olhar" e "um imenso filme de actores rodado com um minimalismo desconcertante", segundo o júri.

O terceiro galardão, o Prémio Cine-Europa, foi para "Schultes", do realizador russo Bakur Bakuradze, que o júri descreveu como "uma variação 'noir' de um conto de companheiros improváveis, um carteirista desiludido e uma criança das ruas de Moscovo".

A actriz Sara Carinhas, de 20 anos, é a vencedora do Prémio L'Oréal Paris Jovem Talento, no valor de cinco mil euros para investir em formação.

Os vencedores de todos os prémios vão recebê-los hoje das mãos da actriz francesa Isabelle Huppert, na gala de encerramento do festival, que está a decorrer no Casino Estoril.

Os quatro filmes premiados serão novamente exibidos hoje, o último dia do festival iniciado a 14 de Novembro, em que será ainda concluída a retrospectiva dedicada ao realizador norte-americano Tim Burton e a projecção, fora de competição, do filme "Les Plages d'Agnès", da realizadora francesa Agnès Varda, que estará no Estoril ao final do dia para um encontro com o público.

Dos premiados, o segundo classificado "Involuntary" será projectado no Casino Estoril às 19:30, e os restantes três sê-lo-ão no Centro de Congressos do Estoril: o terceiro classificado, "Schultes", às 14:30, o primeiro prémio, "Wild Field", às 22:00, e o outro segundo prémio, "Hooked", à meia-noite.

O produtor Paulo Branco, director do festival, indicou que nenhum dos filmes vencedores tem ainda distribuição assegurada em Portugal e disse que segunda-feira "vestirá a pele do distribuidor novamente e estará interessado num ou dois".

Embora frisando que "ainda não acabou", declarou-se "extremamente contente com a forma como se desenrolou o festival", tanto pela qualidade dos filmes "que justificou quatro prémios em vez de três", como pela "frequência grande e permanente".

"Penso que conseguimos atingir os nossos objectivos (...) multiplicámos por quatro, no mínimo, os espectadores: no ano passado tivemos cinco mil e este ano ultrapassámos os 20 mil", afirmou.

ANC.

Lusa/fim

Cinema: "Linha de Passe" de Walter Salles abre 12º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira

Porto, 22 Nov (Lusa) - O filme "Linha de Passe" de Walter Salles e Daniela Thomas abre o 12º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, que se realiza de 29 de Novembro a 7 de Dezembro, anunciou fonte da organização.

Américo Santos, do Cineclube da Feira, entidade organizadora do festival, disse à Lusa que "este filme apresenta uma abordagem ao difícil quotidiano de uma família em São Paulo, feita num soberbo registo realista que depois impele para um imaginário difuso".

Este filme foi aplaudido durante nove minutos no último Festival de Cannes, que atribuiu a Palma de Ouro de Melhor Actriz a Sandra Corveloni, que estará presente nesta sessão em Santa Maria da Feira, no Auditório da Biblioteca Municipal.

Américo Santos destacou também a retrospectiva que o Festival dedica a Bruno de Almeida "um realizador de processos criativos ágeis, que conseguiu desenvolver uma obra sólida feita de impulsos entre a ficção e o documentário, cujos filmes são um tributo à independência enquanto potência criativa do cinema".

Durante o certame serão apresentados cerca de 60 filmes (sendo seis deles estreias mundiais) nos diversos blocos que constituem a programação, sendo exibidos na sua quase totalidade com a presença dos realizadores e actores.

Entre as estreias mundiais estão os filmes "Assim as Mãos", de Cezar Migliorin, "Luz Industrial Mágica" de Kleber Mendonça Filho, e "Triangulum", de Gustavo Jahn e Melissa Dullius, vencedores da anterior edição.

Outras estreias em agenda são "Manitas", de Paulo Abreu, e "Duas da Manhã", o novo filme de Eduardo Nunes, que será exibido fora de competição.

Trata-se de uma adaptação livre de "Jogo de Amarelinha", de Julio Cortázar, que marca o regresso do cineasta brasileiro a Santa Maria da Feira após a realização do programa monográfico em 2004.

Disputam o prémio de Melhor Filme quatro longas-metragens brasileiras (inéditas em Portugal) e duas portuguesas.

Nas curtas-metragens há 24 filmes a concurso (16 brasileiros e oito portugueses), divididos por seis sessões competitivas que incluem, em que nomes já conhecidos, como João Figueiras e Victor-Hugo Borges, ombreiam com novos realizadores como André Gil Mata, João Nuno Pinto, Marcos Pimentel e Eva Randolph.

A secção "Somos filhos da terra", que é em simultâneo um laboratório de descoberta e experimentação, está aberta a filmes nos suportes extra 35mm, apresentando 13 trabalhos a concurso, que são apreciados por um júri próprio.

Esta secção, que foi criada com o intuito de contribuir para a democratização do cinema, assumiu carácter competitivo, de modo a proporcionar o lançamento de novos cineastas.

O festival encerra com a exibição do filme "6=0 Homeostética" de Bruno de Almeida, sobre o grupo de artistas que nos anos 80 formaram o Movimento Homeostética.

PF.

Lusa/Fim

Literatura: Clássicos europeus traduzidos e editados pela Campo das Letras


Lisboa, 21 Nov (Lusa) - A editora Campo das Letras vai participar num projecto de tradução literária de grandes clássicos europeus, anunciou a editora em comunicado.
9:00 | Domingo, 23 de Nov de 2008



Lisboa, 21 Nov (Lusa) - A editora Campo das Letras vai participar num projecto de tradução literária de grandes clássicos europeus, anunciou a editora em comunicado.

O projecto, promovido pelo Departamento da Comissão da União Europeia para a Educação, Audiovisual e Cultura em parceria com a editora Campo das Letras, visa contribuir "para o melhor conhecimento por parte dos leitores portugueses de alguns dos mais importantes clássicos da literatura europeia".

Serão traduzidas as obras "A Língua Posta a Salvo" de Elias Canetti, "Wallenstein" de Friedrich von Schiller, "Guzmán de Alfarache" de Mateo Alemán e ainda "O Livro do Cortesão" de Baldesar Castiglione.

Os livros estarão à venda a partir de 25 de Novembro.

MZS.

Lusa/fim