segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Edgar Allan Poe nasceu há 200 anos



Edgar Allan Poe nasceu há 200 anos. Hoje, o Rádio clube lembra a memória do poeta, romancista e crítico literário. Edgar Alan Poe é considerado um dos pais da literatura norte-americana e um impulsionadores da literatura científica.
As suas obras mais conhecidas são "A queda da casa de Usher", "Os crimes da Rue Morgue" ou "O gato preto", mas Edgar Allan Poe foi apenas reconhecido postumamente, com as traduções de escritores europeus como Baudelaire e Pessoa, que o tornaram numa das maiores referências românticas e simbolistas para todo o universo literário.

O tradutor, Fernando Amorim, adianta, ao Rádio Clube, que Edgar Allan Poe criou, através de contos, a fig Uma variada maratona de 24 horas no Edgar Allan Poe Museum, em Richmond, e em Portugal, a reedição do clássico 'Históricas Extraordinárias', assinalam o bicentenário do nascimento do autor de 'A Queda da Casa de Usher', 'O Poço e o Pêndulo' e 'Os Crimes da Rua Morgue'

Sobre Edgar Allan Poe, que nasceu faz hoje 200 anos em Boston, escreveu Fernando Pessoa que foi "das figuras literárias mais notáveis da América Inglesa", insuperável "na imaginação visionária do estranho", um precursor "da corrente chamada 'do maravilhoso' no movimento romântico", senhor de uma "personalidade complexa", em que se distinguia "a justaposição - mais do que a fusão - de uma imaginação vizinha da vesânia com um raciocínio frio e lúcido", e inigualável "na determinação alucinada de estados mórbidos". Poeta, crítico literário, editor, expoente do chamado Movimento Romântico Americano, influenciado por Byron e Coleridge, mas também por Hoffmann e pelos românticos alemães, Poe foi um dos primeiros autores americanos conhecidos a tentar viver apenas da escrita. E teve uma vida tão curta quanto desordenada, infeliz e marcada pelo alcoolismo, pelo jogo, pelas aflições financeiras e uma acentuada predisposição para a morbidez. Esta encontrou uma constante, cerrada e sombria expressão imaginativa em toda a sua obra, da poesia à prosa. "Os que sonham de dia sabem muitas coisas que escapam aos que sonham de noite", escreveu.Como notou Pessoa, na obra do autor de Histórias Extraordinárias (que a Leya aproveita para reeditar em Portugal) fundem-se "o delírio da imaginação e a clareza da fixação desse delírio". Além de ser um dos maiores representantes da literatura "gótica", macabra e de terror (A Queda da Casa de Usher, O Gato Preto, A Máscara da Morte Vermelha, Berenice, O Poço e o Pêndulo, O Barril de Amontillado, O Túmulo de Ligeia, entre outros clássicos, obras-primas do conto, forma que o escritor dominou como poucos), Poe foi também um dos pioneiros da ficção científica, graças a Mellonta Tauta, A Extraordinária Aventura de um tal Hans Pfall ou The Balloon-Hoax. É também o criador da moderna literatura policial, com os três contos protagonizados por C. Auguste Dupin, caso de Os Crimes da Rua Morgue. Disse Sir Arthur Conan Doyle: "Cada um dos seus contos de detectives é uma raiz de onde brotou uma literatura".Não esquecer ainda obras como Manuscrito Encontrado Numa Garrafa, A Descent into the Maelstrom ou a Narrativa de Arthur Gordom Pym, que Júlio Verne, outro grande admirador de Poe, glosaria em A Esfinge dos Gelos. Morto aos 40 anos, ainda hoje de circunstâncias por apurar, mas decerto ligadas ao seu alcoolismo, Edgar Allan Poe foi, em vida, mais reconhecido como crítico e poeta, teve em Baudelaire um dos seus tradutores e paladinos fora dos EUA, e influenciou nomes como Maupassant, Swinburne, Bierce ou Stevenson. O Edgar Allan Poe Museum, em Richmond (www.poemuseum.org) organiza hoje uma jornada de 24 horas para comemorar o bicentenário do nascimento do autor, com leitura de poemas, vigília à luz de velas e uma visita ao museu, que terá lugar já noite cerrada, bem no espírito da obra de Poe. ura do detective em histórias policiais.

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