segunda-feira, 2 de novembro de 2009

«Nova Águia» edita CD com palestra de Teixeira de Pascoaes

O quarto número da revista «Nova Águia», que inclui um CD com a voz de Teixeira de Pascoaes, é apresentado no próximo sábado na Biblioteca Municipal de Sesimbra. A revista, segundo Renato Epifânio, um dos seus directores, “assume o legado do movimento cultural da Renascença Portuguesa”.



O quarto número evoca os 20 anos da queda do Muro de Berlim e “procura reflectir sobre três vértices: Pascoaes; Portugal e a Europa”.
Adriano Moreira, Miguel Real, Pinharanda Gomes e Manuel Ferreira Patrício são alguns dos colaboradores deste número que inclui um CD com uma palestra de Teixeira Pascoaes gravada em 1952, no Porto.
“A gravação estava na posse da família e permite-nos hoje ouvir a voz mítica e lendária de Pascoaes. O filósofo José Marinho, quando a ouviu, afirmou que teve medo. É de facto uma voz cava, forte e profunda”, disse Renato Epifânio.
Na palestra, o autor de «A Arte de Ser Português» disserta sobre a “alma ibérica”. “Trata-se de um texto que seria o prólogo de uma obra a publicar intitulada «Epistolário ibérico - Cartas de Pascoaes a Unamuno», e que foi já publicado na revista Colóquio de Letras”, explicou o responsável.
O CD é inédito e, segundo Renato Epifânico, a revista não conta em próximos números voltar a editar qualquer CD. A «Nova Águia», com uma tiragem de 2000 exemplares, será apresentada sábado em Sesimbra, tendo ainda previstas apresentações na Quinta da Regaleira, em Sintra, a 7 de Novembro e dia 11 de Novembro às 15h00 no Colégio Militar, em Lisboa, e às 17h00, nos Paços do Concelho da capital.
Teixeira de Pascoaes é o pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos. Nascido em Amarante, em 1877, o escritor que se distinguiu como uma das principais vozes do movimento literário-filosófico Saudosismo, faleceu em 1952.
Entre as suas obras em poesia destacam-se os títulos «Marânus», «O Doido e a Morte» ou «Versos Pobres», enquanto em prosa escreveu as biografias romanceadas de S. Paulo, S. Jerónimo, Santo Antão e Camilo Castelo Branco, e para teatro publicou «Jesus Cristo em Lisboa», em colaboração com Raul Brandão. Colaborou também com Afonso Lopes Vieira no livro de poesia «Profecia».

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