A escritora romeno-alemã Herta Mueller, 56 anos, recebe hoje em Estocolmo o prémio Nobel da Literatura, tornando-se na 12.ª mulher entre os 101 galardoados com a mais importante distinção literária.
Quando a Academia sueca anunciou o nome, a 08 de Outubro, a escritora nascida na Roménia e a viver na Alemanha era quase desconhecida em Portugal, onde apenas tinha editado dois dos 19 romances que publicou:"A terra das ameixas verdes" e "O homem é um grande faisão sobre a terra".
O comité Nobel justificou a opção por se tratar de uma obra que "com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, pinta as paisagens dos desfavorecidos".
"Quem ganhou não fui eu, foram livros, e não a minha pessoa, e julgo que é a melhor forma de lidar com a situação", exclamou então a laureada, nascida a 17 de Agosto de 1953 na cidade romena Nitzkydorf, na região de Banat, e vive actualmente em Berlim.
Herta Mueller foi proibida de publicar na Roménia por ter criticado publicamente o regime de Ceausescu, e devido à censura e perseguição de que foi alvo, emigrou em 1987 para a Alemanha com o marido, o poeta Richard Wagner, também nascido naquela região romena.
Com uma obra composta por 19 romances, a escritora estudou literatura alemã e romena na Universidade de Timisoara, na Roménia, e trabalhou como tradutora.
Desde os anos 1980 que tem acumulado galardões, sobretudo na Alemanha, onde foi distinguida com o Prémio Joseph Breitbach de literatura alemã. Em 2004 recebeu o prémio de literatura da Fundação Konrad Adenauer e, em 2006, o Prémio Würth de literatura europeia.
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