Valência, Espanha, 26 Fev (Lusa) -- As propostas idealistas, pagãs e cristãs do português Albuquerque Mendes e do brasileiro Nelson Leirner integram uma nova mostra que estará patente a partir de hoje no Instituto Valenciano de Arte Moderna em Valência, IVAM (Espanha).
A mostra "Caminho de Santos", que poderá ser vista até 26 de Abril, pretende, segundo uma nota do IVAM, promover o diálogo intercultural latino-americano, com obras de pintura e escultura dos dois continentes.
Cerca de uma centena de desenhos, figuras em miniatura, camiões e barcos de madeira, retratos de santos e filas de pratos sucedem-se nas salas da exposição, "questionando o sentido, as normas e o alcance dos rituais".
Para a directora do IVAM, Consuelo Ciscar, a exposição "apela à ideia do desfile e das procissões como fio condutor do cruzamento de histórias e de cultural entre a América e a Europa".
Isabel Durán, comissária da exposição, referiu que a obra de Leirner e de Mendes permite "estabelecer um diálogo entre duas culturas irmãs e entre duas formas de entender a transcendência da vida".
O que propõe a exposição, explicou, é criar um "tapete plástico, tecido a quatro mãos e com uma série de histórias que se cruzam".
Definindo o seu companheiro de exposição como um "criador pagão e supersticioso", Albuquerque Mendes definiu-se a si próprio como "um cristão que faz da religião o centro de tudo".
ASP.
Lusa/Fim
A mostra "Caminho de Santos", que poderá ser vista até 26 de Abril, pretende, segundo uma nota do IVAM, promover o diálogo intercultural latino-americano, com obras de pintura e escultura dos dois continentes.
Cerca de uma centena de desenhos, figuras em miniatura, camiões e barcos de madeira, retratos de santos e filas de pratos sucedem-se nas salas da exposição, "questionando o sentido, as normas e o alcance dos rituais".
Para a directora do IVAM, Consuelo Ciscar, a exposição "apela à ideia do desfile e das procissões como fio condutor do cruzamento de histórias e de cultural entre a América e a Europa".
Isabel Durán, comissária da exposição, referiu que a obra de Leirner e de Mendes permite "estabelecer um diálogo entre duas culturas irmãs e entre duas formas de entender a transcendência da vida".
O que propõe a exposição, explicou, é criar um "tapete plástico, tecido a quatro mãos e com uma série de histórias que se cruzam".
Definindo o seu companheiro de exposição como um "criador pagão e supersticioso", Albuquerque Mendes definiu-se a si próprio como "um cristão que faz da religião o centro de tudo".
ASP.
Lusa/Fim
Albuquerque Mendes (Trancoso, 1953) é um dos mais conhecidos pintores portugueses da década de 1970 e inícios de 80.
O artista trocou os estudos de Engenharia Civil pelo curso de Artes Plásticas na Universidade de Coimbra. Imediatamente após a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1975, Albuquerque Mendes passou a integrar o Grupo Puzzle, com uma assinalável prática de intervenções públicas, organização de festivais de performance em vários pontos do país, aliada à proposta de uma pintura de fragmentos, realizada individualmente, e que depois passava a ser grupal.
Albuquerque ocupa um lugar histórico e singular nas artes portuguesas, e ganhou notoriedade em 1977, durante o congresso da Associação Internacional de Críticos de Arte, em Lisboa, quando o crítico e cineasta José Ernesto de Sousa organizou a mostra “Alternativa Zero”, de grande importância no panorama da arte portuguesa da segunda metade do século XX.
Na década de 70 surge a primeira performance/ritual em Portugal realizada por Albuquerque Mendes. O artista ganhou grande visibilidade internacional com suas performances, tendo participado em alguns dos mais importantes festivais do género, como na França, no Centro Georges Pompidou, em Paris, e no Simpósio de Lyon, Alemanha, Países Baixos, ao lado de artistas como Joseph Beuys, Wolf Vostell ou Orlan.
Em Novembro de 2001, na Fundação de Serralves realizou a primeira exposição antológica do artista: “Confesso”, com organização de João Fernandes, curador da instituição. Em 2000, realizou a exposição "Lágrimas", na Galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio de Janeiro.
Em Portugal, junto com Gerardo Burmester, Albuquerque Mendes fundou a Associação Arte Espaço Lusitano com o objectivo de divulgar a arte portuguesa. O espaço mostra importantes exposições, sempre aliadas a um valor performático, como "Os retratos de Marcel Duchamp" e "Os Frequentadores do Cabaret Voltaire".
O artista trocou os estudos de Engenharia Civil pelo curso de Artes Plásticas na Universidade de Coimbra. Imediatamente após a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1975, Albuquerque Mendes passou a integrar o Grupo Puzzle, com uma assinalável prática de intervenções públicas, organização de festivais de performance em vários pontos do país, aliada à proposta de uma pintura de fragmentos, realizada individualmente, e que depois passava a ser grupal.
Albuquerque ocupa um lugar histórico e singular nas artes portuguesas, e ganhou notoriedade em 1977, durante o congresso da Associação Internacional de Críticos de Arte, em Lisboa, quando o crítico e cineasta José Ernesto de Sousa organizou a mostra “Alternativa Zero”, de grande importância no panorama da arte portuguesa da segunda metade do século XX.
Na década de 70 surge a primeira performance/ritual em Portugal realizada por Albuquerque Mendes. O artista ganhou grande visibilidade internacional com suas performances, tendo participado em alguns dos mais importantes festivais do género, como na França, no Centro Georges Pompidou, em Paris, e no Simpósio de Lyon, Alemanha, Países Baixos, ao lado de artistas como Joseph Beuys, Wolf Vostell ou Orlan.
Em Novembro de 2001, na Fundação de Serralves realizou a primeira exposição antológica do artista: “Confesso”, com organização de João Fernandes, curador da instituição. Em 2000, realizou a exposição "Lágrimas", na Galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio de Janeiro.
Em Portugal, junto com Gerardo Burmester, Albuquerque Mendes fundou a Associação Arte Espaço Lusitano com o objectivo de divulgar a arte portuguesa. O espaço mostra importantes exposições, sempre aliadas a um valor performático, como "Os retratos de Marcel Duchamp" e "Os Frequentadores do Cabaret Voltaire".