Obras de Henze, Saint-Saëns, César Franck e Richard Strauss compõem o programa do concerto que a Orquestra Nacional do Porto apresenta no sábado, na Casa da Música, sob a direcção do maestro titular, Christoph König, disse à Lusa fonte da instituição
Este concerto, concebido de forma a evocar o «contraste entre as paisagens de África e dos Alpes», conta com a presença do pianista russo Alexander Pirojenko, um dos vencedores do Prémio Internacional Vendôme de 2003 e laureado nos Concursos Emil Gilels e Horowitz.
O programa arranca com a obra de Hans Werne Henze La Selva Incantata, seguida de África, Op. 89, de Camille Saint-Saëns, e das Variações Sinfónicas, de César Franck, encerrando com a Sinfonia Alpina, de Richard Strauss.
La Selva Incantata entrelaça várias passagens da ópera O Rei Veado, a grande produção de Hans Werner Henze, escrita entre 1953 e 1956, que marcou a ruptura decisiva do compositor com a dogmática vanguarda europeia da época.
A enorme dimensão da ópera O Rei Veado (quatro horas mais intervalos), de Henze, e as grandes exigências cénicas e de elenco trouxeram problemas práticos.
Isto levou a que, muitos anos depois, o compositor tenha regressado a esta ópera para criar La selva Incantata, encomendada pela Ópera Estatal de Frankfurt para assinalar a sua reabertura em Abril de 1991.
Viajante entusiasta, Camille Saint-Saëns escapava frequentemente ao rigor do Inverno parisiense e à pressão da vida musical da cidade, fazendo férias prolongadas em zonas temperadas.
Em 1889/90 visitou Granada e Cádis e passou depois vários meses nas Ilhas Canárias, tendo composto, durante este período África, uma fantasia num único andamento para piano e orquestra.
As Variações Sinfónicas, de César Franck, fazem parte do conjunto das suas obras-primas tardias, são consideradas pela crítica como tendo sido influenciadas por Tristão e Isolda, de Wagner.
A obra, que data de 1885, foi escrita para o pianista Louis Diémer, como um agradecimento por ter tocado a parte solo do poema sinfónico Les Djinns, de Franck, no ano anterior.
A Sinfonia Alpina, de Richard Strauss, é considerada como «um hino à natureza, com uma descrição detalhada não apenas de sentimentos mas também da paisagem e do clima».
De acordo com os historiadores, o plano da obra foi sugerido por uma viagem de escalada na qual o compositor tinha participado aos 14 anos.
A Sinfonia Alpina está escrita sumptuosamente para uma orquestra de 100 ou mais elementos, incluindo um órgão e, fora do palco, um grupo extra de mais 16 metais, sendo este colectivo essencialmente usado «não para produzir peso e poder sonoro puro, mas para gerar cores em constante variação num equilíbrio perfeito e consistente».
Lusa / SOL
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