Porto, 22 Nov (Lusa) - O filme "Linha de Passe" de Walter Salles e Daniela Thomas abre o 12º Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, que se realiza de 29 de Novembro a 7 de Dezembro, anunciou fonte da organização.
Américo Santos, do Cineclube da Feira, entidade organizadora do festival, disse à Lusa que "este filme apresenta uma abordagem ao difícil quotidiano de uma família em São Paulo, feita num soberbo registo realista que depois impele para um imaginário difuso".
Este filme foi aplaudido durante nove minutos no último Festival de Cannes, que atribuiu a Palma de Ouro de Melhor Actriz a Sandra Corveloni, que estará presente nesta sessão em Santa Maria da Feira, no Auditório da Biblioteca Municipal.
Américo Santos destacou também a retrospectiva que o Festival dedica a Bruno de Almeida "um realizador de processos criativos ágeis, que conseguiu desenvolver uma obra sólida feita de impulsos entre a ficção e o documentário, cujos filmes são um tributo à independência enquanto potência criativa do cinema".
Durante o certame serão apresentados cerca de 60 filmes (sendo seis deles estreias mundiais) nos diversos blocos que constituem a programação, sendo exibidos na sua quase totalidade com a presença dos realizadores e actores.
Entre as estreias mundiais estão os filmes "Assim as Mãos", de Cezar Migliorin, "Luz Industrial Mágica" de Kleber Mendonça Filho, e "Triangulum", de Gustavo Jahn e Melissa Dullius, vencedores da anterior edição.
Outras estreias em agenda são "Manitas", de Paulo Abreu, e "Duas da Manhã", o novo filme de Eduardo Nunes, que será exibido fora de competição.
Trata-se de uma adaptação livre de "Jogo de Amarelinha", de Julio Cortázar, que marca o regresso do cineasta brasileiro a Santa Maria da Feira após a realização do programa monográfico em 2004.
Disputam o prémio de Melhor Filme quatro longas-metragens brasileiras (inéditas em Portugal) e duas portuguesas.
Nas curtas-metragens há 24 filmes a concurso (16 brasileiros e oito portugueses), divididos por seis sessões competitivas que incluem, em que nomes já conhecidos, como João Figueiras e Victor-Hugo Borges, ombreiam com novos realizadores como André Gil Mata, João Nuno Pinto, Marcos Pimentel e Eva Randolph.
A secção "Somos filhos da terra", que é em simultâneo um laboratório de descoberta e experimentação, está aberta a filmes nos suportes extra 35mm, apresentando 13 trabalhos a concurso, que são apreciados por um júri próprio.
Esta secção, que foi criada com o intuito de contribuir para a democratização do cinema, assumiu carácter competitivo, de modo a proporcionar o lançamento de novos cineastas.
O festival encerra com a exibição do filme "6=0 Homeostética" de Bruno de Almeida, sobre o grupo de artistas que nos anos 80 formaram o Movimento Homeostética.
PF.
Lusa/Fim
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