tanta memória... wasted and secret words... time after time... J'aime les nuages... les nuages qui passent... là-bas... Tu le connais, lecteur, ce monstre délicat...J'ai longtemps habité sous de vastes portiques ... Que les soleils marins teignaient de mille feux...La musique souvent me prend comme une mer !
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Lisboa antes do Terramoto
http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=93cdb214-9f5a-4773-8836-02673710874f
O Museu da Cidade, em conjunto com uma equipa da empresa portuguesa SWD Agency, recriou virtualmente ruas, praças e edifícios emblemáticos da capital antes da destruição provocada pelo sismo de 1755. A três dimensões, estes modelos virtuais, alguns animados em vídeos, transportam-nos para as ruas de Lisboa nas vésperas do terramoto.
Visitas no Museu da cidade a partir de hoje. Imperdível
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Luisinha
Histórias de José Craveiro
A Luisinha era uma menininha muito bem educadinha, alegre e bem-disposta, mas como todas as crianças também tinha alguns defeitos e um deles era contrariar algumas ordens da mãe.
– Oh Luisinha, nunca vás pela mata! Vais pela rua principal, embora pelo passeio, para que não te aconteça mal nenhum. A mata tem bichos, silvas e roseiras e outros perigos para os quais ainda não estás preparada. Por isso, não te esqueças, sempre pela rua principal!
– Oh mãezinha, a mata é tão bonita, agora no Outono com aquelas folhas a cair, com os passarinhos e toda aquela bicharada a mata é uma caixinha de surpresas!
– Pela mata não! Porque as surpresas podem ser desagradáveis! Imagina que és picada por um bicho venenoso, podes morrer minha filha!
A Luisinha bem prometeu, mas de vez em quando lá vinha ela pela mata e deliciava-se.
Um dia chegou a casa e como de costume merendou, fez os deveres da escola, brincou, ajudou a mãe na cozinha e a noite chegou. Depois de jantar, a mãe foi conversando com ela e às tantas disse:
– Vai-te deitar Luisinha, amanhã tens que te levantar cedo para a escola.
A menina foi para o quarto, deitou-se e passado um bocado ouviu bater na janela do seu quarto que era no primeiro andar.
– Quem é que está aí?
– Abre depressa, vem cá!
Quando a Luisinha abriu a cortina assustou-se, viu uma coruja enorme muito preta que lhe disse:
– Anda, abre a janela!
Ela abriu e a coruja disse:
– Venho convidar-te para ires comigo à mata, há lá uma grande festa para crianças. Muitos doces, rebuçados e chupa-chupas.
-–Não, não, a minha mãe nem de dia me deixa ir à mata, quanto mais agora à noite! Então é que ela me castigava!
– Mas não precisas de lhe dizer, sobes para as minhas costas que eu levo-te à mata. Eu posso bem contigo!
– E a minha mãe?
– Deixa a estar, não lhe digas nada senão ela zanga-se!
A menina saltou para as costas da coruja e lá foram para a mata. À entrada da mata havia muita luz e doces, mas a coruja foi andando mais para diante até que chegou a um sítio escuro onde estava uma velha muito feia com um nariz comprido e muito mal disposta que, quando viu a pequena, deu uma gargalhada sinistra e disse:
– Então sempre vieste!
– A coruja é que me convenceu a vir - diz a miúda assustada - Eu nem queria vir, mas ela nsistiu…
– Não te desculpes, vieste porque quiseste e eu agora vou transformar-te em bicho feio ou árvore velha e seca. Olha à tua volta, todas as árvores secas e bichos feios que vês são meninos como tu que vieram por causa da curiosidade.
– Deixa-me ir embora por favor, a minha mãe fica aflita se dá pela minha falta!
-–Pensasses nisso antes, agora é tarde! Estou tão cansada que nem sei o que hei-de fazer! Árvore velha, bicho feio? Árvore velha, bicho feio? Vou descansar que depois penso melhor!
E a velha adormeceu e a pequena chorava. Então, aparece ali a fada branca que era madrinha da Luisinha e diz-lhe:
– Então Luisinha, desobedeceste à tua mãe!
– A coruja insistiu comigo e eu vim!
–Não te desculpes, diz a fada, és a única culpada! À mãe nunca se desobedece!
No meio de lágrimas, a menina pede:
– Oh madrinha leva-me daqui!
– Aqui quem manda é a velha. Eu sou a fada tua madrinha mas nada posso fazer, só te posso dizer que em todas as situações ser bom quase sempre resolve todos os problemas. Fazermos bem tem sempre a sua recompensa. Pensa nisto, minha filha. A fada foi-se embora e a pequena chorava, chorava… A velha começa a sonhar e dizia:
– Sou tão feia e tão velha que ninguém gosta de mim! A velha repetia isto chorando.
De repente a velha acorda e diz:
– Vamos lá ver, árvore velha ou bicho feio?
A Luisinha lembrou-se do que a madrinha lhe disse, atirou-se ao pescoço da velha e deu-lhe um beijo na cara e a velha zangada disse:
– Que é que estás a fazer miúda?
– Dei-lhe um beijo e agora vou-lhe dar outro!
– Está quieta garota!
– Ainda lhe vou dar outro beijo!
Depois de lhe dar o terceiro beijo, a Luisinha assustou-se porque a velha gritou e ficou transformada numa menina nova e bonita tal qual a Luisinha.
– Oh Luisinha, tu és muito boa, se não fosses tu eu seria sempre velha e feia, porque eu já fui como sou agora, mas dei um pontapé numa velha e um encontrão e a velha caiu, olhou para mim com os olhos pareciam fogo e disse:
– Maldita! Ficarás uma velha mais feia do que eu! Viverás na mata e todas as noites só farás maldades. Por isso, Luisinha, eu transformei tantos meninos em árvores velhas e secas e bichos feios! Vamos desencantá-los?
– Vamos sim, mas como?
– Pula dando uma volta sobre ti mesma e bate as palmas ao mesmo tempo. De cada vez que fizeres isto um menino ou uma menina perderão o encanto.
A Luisinha começou às voltas pulando e batendo palmas e cada árvore velha e bicho feio voltava a ser uma criança. Depois de todos desencantados riram de contentes e quando estavam todos felizes ouviu-se alguém que batia à porta.
– Oh Luisinha, são horas de ir para a escola, filha!
A Luisinha acordou, suava por todos os lados. Afinal, não passava de um pesadelo. Mas o que é certo é que desde esse dia, pedia muitas vezes à mãe para a levar à mata. Mas sozinha nunca mais!
Todo o que desobedece, nunca sabe o que lhe acontece!
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Biblioteca de Lisboa ganha Sala José Saramago
A Biblioteca Municipal de Lisboa, onde José Saramago "se fez escritor", dá hoje à sua maior sala o nome do Nobel da Literatura, quando passam 88 anos sobre o dia em que nasceu.
A cerimónia decorre às 12h30 e é uma das centenas que hoje assinalam em todo o mundo o 88.º aniversário de José Saramago, mas deixa a viúva, Pilar del Rio, emocionada, pois o Palácio Galveias foi "a sua autêntica universidade".
Era nesta biblioteca que ele "ia ler, durante anos e anos na sua juventude, todos os dias, todas as noites porque fazia leituras noturnas, caminhava a pé vários quilómetros, lia, lia, lia", disse Pilar del Rio à Lusa. "Aí se fez escritor. A Biblioteca Municipal de Lisboa foi para Saramago a sua autêntica universidade e é muito emocionante que o Palácio Galveias distinga José Saramago dando o seu nome à sala maior da biblioteca."
86.º aniversário foi momento marcante
Apesar de ser avesso a comemorações marcadas pelo calendário, recorda Pilar, a passagem dos 86 anos foi "especialmente bonita", "absolutamente emocionante e irrepetível".
José Saramago "era um homem que celebrava a vida e a amizade todos os dias, tinha delicadezas impressionantes, diariamente. Gestos carinhosos, beijos na mão, acenos, olhares. Mas não era de seguir calendários nem de seguir os caminhos traçados", recorda a viúva.
Pilar del Rio diz-se confiante em que a Fundação José Saramago possa instalar-se na Casa dos Bicos, em Lisboa, no primeiro aniversário da morte do escritor, a 18 de Junho de 2011
José Sena Goulão/Lusa
Em 2008, a festa foi na casa de Lisboa, onde passavam parte do ano, quando não estavam em Lanzarote (Espanha) ou a viajar. Ao longo da tarde foram passando pessoas "do mundo da cultura, leitores, do mundo da política, amigos de toda a vida e, ao final da noite, quando já só estávamos cinco", a violoncelista Irene Lima, com o vestido que Pilar usou na entrega do Prémio Nobel em 1998, "entrou no escritório onde ele estava a trabalhar e deu-lhe um concerto de violoncelo privado".
Foi a mesma mulher e com o mesmo vestido que interpretou Bach e outras peças no funeral de José Saramago, nos paços do concelho de Lisboa, "porque ele tinha dito que por muitos anos que vivesse jamais esqueceria esse concerto".
Comemorações em todo o mundo
A viúva do escritor assinala que o aniversário está a ser comemorado em todo o mundo de diferentes formas, em particular na iniciativa coordenada pelo Instituto Camões com uma cadeia de leitura em 83 cidades da Europa, África, América e Ásia.
Hoje à noite realiza-se no cinema São Jorge, em Lisboa, a antestreia do documentário "José e Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes. Que chega na quinta-feira às salas de cinema.
A edição portuguesa do livro "José Saramago - Nas Suas Palavras", de Jose Gómez Aguilera, foi lançada na segunda-feira e encontra-se já nas livrarias.
Passados cinco meses sobre a morte do marido, a 18 de junho, Pilar del Rio diz que ela e todos os que trabalham na Fundação vivem com José Saramago "dentro" deles. E cita, a propósito, uma frase de Maria Teresa León, a mulher do poeta espanhol Rafael Alberti: "Se os amantes trocam as identidades, chamem-me Rafael porque já não sou Maria Teresa".
Mas contrapõe: "Não digo que sou Saramago porque não sou, sou Pilar del Rio. Mas digo que sou a Fundação José Saramago, trabalhamos nela uma série de pessoas, estamos lá de manhã à noite, às vezes também à noite, trabalhando com o pensamento, as ideias, a finura, a cortesia, a educação, a inteligência, a sensibilidade dele. Sabendo que nunca vamos alcançar a sola do seu sapato, porque ele era demasiado grande e demasiado alto, mas fazendo como se tudo fosse possível."
A jornalista nascida em Espanha, que decidiu pedir a nacionalidade portuguesa após a morte do marido, diz-se confiante em que a Fundação possa instalar-se na Casa dos Bicos, em Lisboa, no primeiro aniversário da morte do escritor. Diante do edifício, ficaram os restos mortais de José Saramago, que tinha desejado passar os últimos anos de vida a ver o Tejo e os barcos da janela da Casa dos Bicos.
domingo, 14 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Film Producer Dino de Laurentiis Dies: Photos From His Life - Kevin Fallon - Culture - The Atlantic
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Manifesto para a Educação da República
Transcrevo o Manifesto para a Educação da República, que foi em 2002 entregue ao Presidente da República (Jorge Sampaio), assinado por cerca de 20 000 cidadãos, e que foi referido no programa "Plano Inclinado" da SIC-Notícias por Guilherme valente. O manifesto encheu, quando saiu, as primeiras páginas do "Público" e do "Diário de Noticias" mas foi, infelizmente, ignorado. Um exemplo das reacções do "eduquês" encontra-se neste texto.
"Todos os estudos nacionais e internacionais sobre a educação dos portugueses convergem para a conclusão incontroversa de que a República está a educar mal os seus filhos. É essa a razão fundamental por que os portugueses continuam a não ser capazes de produzir a riqueza que consomem. É ainda por essa razão que Portugal se está a afastar dos padrões civilizacionais dos países com quem decidiu partilhar um futuro comum.
Os países desenvolvidos renovaram os seus sistemas de educação e de formação profissional em pontos de viragem da sua história. Portugal não seguiu esse exemplo, nem quando descolonizou, nem quando passou a integrar a Comunidade Europeia. Em vez da intervenção profunda e coerente que então se impunha, os sucessivos governos optaram por encarar os problemas educativos à medida que surgiam, envolvendo-nos numa densa teia de interesses e irracionalidades da qual não conseguimos ainda desenvencilhar-nos.
Abriu-se a escola a um maior número de crianças, como era a obrigação dum regime democrático. Mas mesmo esse sucesso é mais aparente do que real, já que somos o país da comunidade com a maior taxa de abandono escolar. Por outro lado, os estudantes que resistem ao abandono recebem, de um modo geral, uma educação muito deficiente a preços excessivamente elevados. Isso faz com que Portugal seja hoje um dos países da União que proporcionalmente mais gasta com a educação e, ao mesmo tempo, aquele que piores resultados obtém. Assim, a melhoria das condições económicas e sociais que foi conseguida em condições bastante favoráveis corre o risco de se perder, desbaratando-se uma oportunidade que dificilmente se repetirá.
Além disso, a indevida referência à democracia na designação do sistema irracional de gestão imposto pelo Estado às escolas e, em particular, às universidades, desacreditou a verdadeira democracia, passando os cidadãos a associá-la com a ignorância, a demagogia, o egoísmo e, sobretudo, com a indisciplina e a irresponsabilidade.
Portugal vive presentemente momentos de ansiedade perante o desmoronar de grandes expectativas nacionais. Os portugueses julgaram — alimentou-se-lhes esse sonho! — que podiam aceder sem esforço aos elevados padrões civilizacionais dos países mais desenvolvidos da Europa. Ao verificar que isso não é verdade, sentem-se defraudados e cépticos.
De um modo geral, o sistema de ensino e de formação profissional não fornece aos portugueses as ferramentas intelectuais que lhes permitiriam tirar proveito das enormes oportunidades de bem-estar que as sociedades pós-industriais oferecem à humanidade e evitar os riscos a elas inerentes.
Ao integrar a União Europeia, Portugal mergulhou num grande espaço económico onde o conhecimento é o principal factor de desenvolvimento. Não sendo menos dotados do que os outros povos, podemos atingir graus de desenvolvimento equivalentes se for proporcionada educação semelhante. Podemos ser um país mais rico se estivermos dispostos a suportar o esforço intelectual intenso e prolongado que é actualmente necessário para adquirir, aplicar e criar conhecimento, muito particularmente o conhecimento científico.
Por isso, é urgente mobilizar as instituições e os cidadãos para a grande batalha por um sistema educativo que possa contribuir para o progresso da sociedade portuguesa. Em particular, é preciso mobilizar as elites, recorrendo aos portugueses formados em contextos educativos de maior exigência intelectual e profissional, que estarão certamente dispostos e motivados para dar o seu contributo ao esforço decisivo que pode tornar Portugal uma comunidade informada, qualificada e empreendedora.
Neste quadro, apelamos ao senhor Presidente da República para que mobilize para a batalha inadiável da educação as instituições e os cidadãos, o Governo e a Assembleia da República, as escolas e as associações científicas, profissionais, empresariais e sindicais.
Problemas concretos tais como os objectivos e a articulação dos vários graus de ensino, a avaliação do desempenho dos estudantes, dos professores e das escolas, o apoio aos estudantes, os currículos e a acreditação dos cursos e das instituições, a qualificação académica e profissional, a formação inicial e continuada, o acesso ao ensino superior, o financiamento e a gestão das escolas, em particular das universidades, e o impacte da escola na inovação e na produtividade têm de passar a ser encarados em conjunto, de um modo coerente.
Solicitamos ao senhor Presidente da República que utilize os meios constitucionais ao seu dispor para promover a consciência e o esforço convergente dos competentes órgãos de soberania e dos cidadãos na construção de um sistema educativo que, à semelhança do que acontece noutras sociedades, forme intelectualmente e qualifique profissionalmente os Portugueses. Para que possamos ser, finalmente, o país por que todos ansiamos."
in De Rerum Natura
http://dererummundi.blogspot.com/2010/05/manifetso-para-educacao-da-republica.html
quinta-feira, 18 de março de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010
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