António Martinho Baptista dá a conhecer nesta obra as grandes novidades do vale dos últimos anos
2009-01-25
EDUARDO PINTO
"O Paradigma Perdido. Vale do Côa e a Arte Paleolítica de Ar Livre em Portugal" é o título do livro que marca 10 anos de investigação no Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). Será apresentado durante o próximo mês.
A obra tem autoria de António Martinho Baptista e a chancela da editora Afrontamento e do PAVC. A apresentação pública já teve duas datas marcadas, em Dezembro e Janeiro, e agora voltou a ser adiada para 20 de Fevereiro. Deste modo fica para mais tarde o encerramento das comemorações dos 10 anos da classificação do Vale do Côa como Património Mundial pela Unesco, a 2 de Dezembro de 1998.
"Este livro faz a síntese mais actualizada de uma década de investigação da arte paleolítica no Vale do Côa", resume Martinho Baptista, o arqueólogo que dirigiu, durante esse mesmo período, o já extinto Centro Nacional de Arte Rupestre. "Procura essencialmente mostrar grandes novidades deste vale. O que temos estudado nos últimos anos", acrescenta.
Em termos globais, esta edição espelha 15 mil anos de arte distribuída por muitos mais núcleos do que os três que habitualmente é possível visitar no Parque Arqueológico do Vale do Côa: Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos. "Neste momento já são quase 50 os núcleos de rochas onde encontramos arte rupestre e há mais de 30 de arte paleolítica, ao longo dos 17 quilómetros do Parque", revela Martinho Baptista. A esmagadora maioria deles nunca abrirão ao público, devido à dificuldade em lhes aceder.
Não obstante toda aquela quantidade, o investigador assume que este livro apenas foca a ponta do icebergue, já que explica a investigação em cerca de meia centena de sítios, quando na realidade existem cerca de 800 rochas inventariadas no Côa.
António Martinho Baptista realça que esta edição também procura "reflectir sobre a arte paleolítica em Portugal, já que a partir de 1995 começaram a descobrir-se outros sítios". Apesar de ser impossível incluir toda a investigação feita até ao momento, o arqueólogo assegura que se trata de uma obra "cientificamente exaustiva em termos arqueológicos e muito abrangente".
Para além do Côa, que assume o maior protagonismo, não deixa de fora outros locais onde foi descoberta arte pré-histórica, como é o caso dos sítios arqueológicos nos vales do rios Sabor e Zêzere, bem como no Alqueva, estes últimos submersos pela barragem ali construída.
O livro foi inicialmente pensado para um público-alvo composto essencialmente por investigadores, mas Martinho Baptista alterou-lhe o destino. Procurou que a linguagem não fosse tecnicamente muito elaborada, de modo a que, "mantendo o rigor arqueológico, fosse acessível a qualquer leitor minimamente informado".
"O Paradigma Perdido. Vale do Côa e a Arte Paleolítica de Ar Livre em Portugal" foi escrito em português e inglês. Tem mais de 250 páginas e para além das descrições científicas apostou, sobretudo, na fotografia.
É uma edição de 2000 exemplares, que teve apoios do Parque Arqueológico do Vale do Côa, da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e da Associação de Municípios do Vale do Côa. De outra maneira seria mais difícil ver a luz do dia.
2009-01-25
EDUARDO PINTO
"O Paradigma Perdido. Vale do Côa e a Arte Paleolítica de Ar Livre em Portugal" é o título do livro que marca 10 anos de investigação no Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). Será apresentado durante o próximo mês.
A obra tem autoria de António Martinho Baptista e a chancela da editora Afrontamento e do PAVC. A apresentação pública já teve duas datas marcadas, em Dezembro e Janeiro, e agora voltou a ser adiada para 20 de Fevereiro. Deste modo fica para mais tarde o encerramento das comemorações dos 10 anos da classificação do Vale do Côa como Património Mundial pela Unesco, a 2 de Dezembro de 1998.
"Este livro faz a síntese mais actualizada de uma década de investigação da arte paleolítica no Vale do Côa", resume Martinho Baptista, o arqueólogo que dirigiu, durante esse mesmo período, o já extinto Centro Nacional de Arte Rupestre. "Procura essencialmente mostrar grandes novidades deste vale. O que temos estudado nos últimos anos", acrescenta.
Em termos globais, esta edição espelha 15 mil anos de arte distribuída por muitos mais núcleos do que os três que habitualmente é possível visitar no Parque Arqueológico do Vale do Côa: Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos. "Neste momento já são quase 50 os núcleos de rochas onde encontramos arte rupestre e há mais de 30 de arte paleolítica, ao longo dos 17 quilómetros do Parque", revela Martinho Baptista. A esmagadora maioria deles nunca abrirão ao público, devido à dificuldade em lhes aceder.
Não obstante toda aquela quantidade, o investigador assume que este livro apenas foca a ponta do icebergue, já que explica a investigação em cerca de meia centena de sítios, quando na realidade existem cerca de 800 rochas inventariadas no Côa.
António Martinho Baptista realça que esta edição também procura "reflectir sobre a arte paleolítica em Portugal, já que a partir de 1995 começaram a descobrir-se outros sítios". Apesar de ser impossível incluir toda a investigação feita até ao momento, o arqueólogo assegura que se trata de uma obra "cientificamente exaustiva em termos arqueológicos e muito abrangente".
Para além do Côa, que assume o maior protagonismo, não deixa de fora outros locais onde foi descoberta arte pré-histórica, como é o caso dos sítios arqueológicos nos vales do rios Sabor e Zêzere, bem como no Alqueva, estes últimos submersos pela barragem ali construída.
O livro foi inicialmente pensado para um público-alvo composto essencialmente por investigadores, mas Martinho Baptista alterou-lhe o destino. Procurou que a linguagem não fosse tecnicamente muito elaborada, de modo a que, "mantendo o rigor arqueológico, fosse acessível a qualquer leitor minimamente informado".
"O Paradigma Perdido. Vale do Côa e a Arte Paleolítica de Ar Livre em Portugal" foi escrito em português e inglês. Tem mais de 250 páginas e para além das descrições científicas apostou, sobretudo, na fotografia.
É uma edição de 2000 exemplares, que teve apoios do Parque Arqueológico do Vale do Côa, da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e da Associação de Municípios do Vale do Côa. De outra maneira seria mais difícil ver a luz do dia.
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